A OUTRA TEMPESTADE
A Pinajé
A dor e o dia dividindo a dúvida,
polindo o tempo, parda pedra/sempre,
luz e lábios loucamente lembrem
a tez, o ventre, a semente túmida.
Sobre a solidão sussurrante anseia
o gozo, o sangue; o orgasmo flagra
a música/manhã, calmo mar; amarga
boca e boca, carne e carne: ceia.
Sibilam ébrias sombras à penumbra,
sêmem-saliva assoma sobre o sexo,
línguas, limos, a lascivez alumbra...
Arde a rua, risos estridentes,
fulva flor, enfim, feliz se inflama
e tudo se termina a tara e a trama.