SONETO n.46
VENENO
Ah! Que não me venhas falar de veneno.
Não venhas. O teu revestiu-se de carmim
e me enganou. Eu, um ser fraco e terreno,
me ofertei (tolamente) a teu falso festim.
Foi um duelo, um dueto não sereno
que, em estranha hora, veio a mim,
e tomou-me a si, num chão de feno,
na cama/no inferno/e até no jardim.
Pois eu não pude nunca resistir a ti:
- boneca sem vontade em tua mão.
Mas o que foi então que aqui eu vi?
Ficou-me por dentro um amor esfaimado
(nascido de desejo e de paixão)
este que me consome/e é fome e pecado!
Silvia Regina Costa Lima
23 de janeiro de 2009
VENENO
Ah! Que não me venhas falar de veneno.
Não venhas. O teu revestiu-se de carmim
e me enganou. Eu, um ser fraco e terreno,
me ofertei (tolamente) a teu falso festim.
Foi um duelo, um dueto não sereno
que, em estranha hora, veio a mim,
e tomou-me a si, num chão de feno,
na cama/no inferno/e até no jardim.
Pois eu não pude nunca resistir a ti:
- boneca sem vontade em tua mão.
Mas o que foi então que aqui eu vi?
Ficou-me por dentro um amor esfaimado
(nascido de desejo e de paixão)
este que me consome/e é fome e pecado!
Silvia Regina Costa Lima
23 de janeiro de 2009