Perdão dos Desvalidos
Esta vida insana dá-me duas lacunas:
Gritar até o último instante de sofreguidão
Ou sentar à janela de minha consciência
E aguardar nascerem os brotos de esperança
Viajarei no vácuo com uma nova aeronave
Irei ao mais alto dos mundos do melhor universo
E nesta inércia potencial desencravar-me-ei do túmulo
O túmulo vil das banalidades flutuantes...
- Veja que eu tento o brilho da mais radiante estrela
- Veja! Está ao fundo do opérculo da retina, bem longe!
- Mas de verdadeira intenção eu estou lá sentado!
É o triste garoto chorando de dor, de dó, em pó...
Abraçando o joelho com as pernas ele tem medo
E pede quase emudecido o perdão dos desvalidos.