QUANDO



Quando me ouvir na voz d’alguma estrela
ou me sentir na noite enluarada,
ou me ouvir o passo estrada pela,
e não puder me divisar em nada;

Quando notar o ar a entretê-la
ou não souber ser som, mesmo calada,
quando a paixão for vida e, ao perdê-la,
continuar perdida e apaixonada;

Quando notar que não há mais ninguém
para secar de pranto as suas fontes
e, mesmo assim, lembrar-me com desdém.

Seguirei sendo seu,além dos montes,
dos seus limites estarei além,
de seus sonhos sonhando alguns repontes.

Odir, de passagem, interagindo em poema de HUMMINGBIRD