PENUMBRA
PENUMBRA
Sônia Sobreira
Na penumbra de uma noite enluarada,
que envolve uma cidade adormecida,
chega a solidão sem ser convidada
e junto a mim, se queda embevecida.
E a noite, inteiramente apaixonada,
solitária, na busca de guarida,
veste seu manto negro e ornamentada,
nos braços do luar, sonha enternecida.
Dona dos astros que lançam centelhas,
em seus cabelos, trançados de estrelas
dardejam os diademas de marfim.
Relembro então um sonho, estendo os braços
e a chorar eu busco pelos espaços,
a ilusão que morreu dentro de mim!