Soneto de omissão

Diz-me para que deitar em leito escuro

Se o chão insiste em ecoar seus passos?

Para que os astros a brilhar no espaço

Se entre nós há o rechaçar de um muro?

Diz-me para que palavras apartadas

Se juntas e pensadas formam liras?

Pra que deixar queimar em árduas piras

Corpos amantes e mentes amadas?

E se o amor se incuba por milênios

Condena os pensamentos a usura

Oculta a verdade em um segredo

E a granada rouca da loucura

Transforma em estilhaços os momentos

Pedaços lacerados do meu medo

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 18/02/2009
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