ÀS VEZES, OS TEUS PÉS


Às vezes eu me perco em quem tu és,
em teu rosto, em teus olhos de segredos,
em tuas mãos, na sensação dos dedos,
nos delicados passos dos teus pés.

Vejo teu corpo, às vezes, através
dos versos vestalinos dos aedos,
nas sombras solitárias dos meus medos,
na nudez da vilãs dos cabarés.

Às vezes eu me perco no querer.
Às vezes eu me escrevo na paixão
do que tento pensar em te dizer.

Às vezes, no viver da solidão,
eu procuro encontrar e entendo ver
as marcas dos teus pés molhando o chão...

Odir, de passagem