Soneto em desconstrução
Então me acusas de não usar a métrica?
Ora, bem sabeis que nada sei de estética
Guiando-me somente pela ética poética...
Espremendo a cinzenta massa elétrica
Que culmina esta anatomia tétrica
Procuro encontrar a música frenética
Sonora e genuína, sincera e epilética
Em contorções de ânsia quilométrica.
Talvez não haja nisso alguma prática
E original maneira de criar a rítmica
Poesia com que sonhas, tão alquímica...
Mas há, meu caro, a verve carismática
Que age sem noção, de forma semiótica
Legando, desta arte, sua dádiva caótica.