UMA HISTÓRIA DE AMOR
Uma história de amor que não tem carta,
que acaba sem bilhete, sem retrato,
é mesa sem toalha e sem ter prato,
embora de comida seja farta.
É baralho que ao jogo não se parta,
devaneios no mundo do abstrato,
compromisso sem luva e sem contrato,
um capricho que logo se descarta.
Uma história de amor, que se professa,
não precisa intervalo nem ter pressa.
É indefinida enquanto houver depois.
Uma história de amor que nunca cessa
de ser vivida, história como essa,
é a verdadeira história de nós dois.
Odir, de passagem