Ao Poeta Lendário
Encanto das sombras, poético e lendário
Cavaleiro das trevas, pássaro arredio
Menestrel bizarro, amante do desvario
Histriônico, profano e temerário!
Quantos adjetivos! Será mesmo necessário
Que vos bajule tanto? Ah! Pois desconfio
Que não... bem sabeis, amigo, que me rio
Dos aduladores. E, sendo vós tão vário
A quem estaria eu, afinal, bajulando?
Pois se mais pareces uma espírita sessão
Tantos são os egos que convosco estão...
Mas penso eu cá comigo que, quando
Aparentais ser outro, sois mais quem és
Do que quando, ao contrário, ao invés.