Respiro o noturno
A alegria duma tarde anoitece
vagas horas que sangram rumo ao escuro
uma estrela se acende outra aparece
o céu arvore com a luz de frutos maduros
tão perto da estrela a alcanço com a mão
o céu ao esticar o braço sonho depurado
respiro o sopro do primeiro acordado
ganho vida com a noite enchendo o pulmão
o litoral dos meus olhos em nevoeiro
se a noite desce habito o silêncio
ficando a meditar sobre o meu vazio
a solidão me caricia por inteiro
o brilho acima das estrelas correndo
a noite assim com o coração chorando.