Respiro o noturno

A alegria duma tarde anoitece

vagas horas que sangram rumo ao escuro

uma estrela se acende outra aparece

o céu arvore com a luz de frutos maduros

tão perto da estrela a alcanço com a mão

o céu ao esticar o braço sonho depurado

respiro o sopro do primeiro acordado

ganho vida com a noite enchendo o pulmão

o litoral dos meus olhos em nevoeiro

se a noite desce habito o silêncio

ficando a meditar sobre o meu vazio

a solidão me caricia por inteiro

o brilho acima das estrelas correndo

a noite assim com o coração chorando.

SB Sousa
Enviado por SB Sousa em 15/02/2009
Código do texto: T1441071
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