Soneto do Amor

Quisera teu amor, como um dia tive

em leitos róseos de flores macias

apaixonante ao romper do dia

atear o fogo, que aqui dentro vive.

Poder te amar como a alvorada

sentir o gosto, o travo do pecado

dormir no seio do teu sonho impuro

e ouvir do amor, o lancinante brado.

Matar em ti a ansiedade louca

beber no teu sorriso o vão momento

falar em teu ouvido frases roucas.

Deixar correr, assim, o pensamento

provar o beijo de mel em tua boca

e do prazer, o seu contentamento.

Isabel Camargo Pontes