VELHOS RELICÁRIOS
VELHOS RELICÁRIOS
Sônia Sobreira
Os meus versos são velhos relicários,
tão frágeis como pétalas de uma flor,
são contas desbotadas de rosários
guardadas pelas mãos de um sonhador.
Memórias dos instantes solitários,
surgidas das saudades de um amor,
crepúsculos sombrios de calvários,
retalhos desbotados sem valor.
Meus versos são retratos das quimeras,
que voltam sorrateiras de outras eras,
sufocantes como ervas de um jardim.
São lágrimas, são olhos rasos d'água,
angustias que ficaram de uma mágoa,
lembranças que voltaram para mim!