Soneto Irracional
Inexplicável é esse desejo
Por ti, que até me enche de receios:
Que me esperem, ardentes, os teus beijos,
E já arfantes, os teus lindos seios.
E me dói a loucura em que me vejo
Desatinar por ti, em fim e meio:
Me apareces nua, bacante sem pejo,
Nos meus sonhos de lascivos enleios.
E estranho ainda é o masoquista
Ciúme desses poemas que cantam
Dos teus amores, perdas e conquistas;
Irracionais, os despeitos me inflamam,
Ao ler esses versos apologistas
De uns desejos que por mim não chamam!
Inexplicável é esse desejo
Por ti, que até me enche de receios:
Que me esperem, ardentes, os teus beijos,
E já arfantes, os teus lindos seios.
E me dói a loucura em que me vejo
Desatinar por ti, em fim e meio:
Me apareces nua, bacante sem pejo,
Nos meus sonhos de lascivos enleios.
E estranho ainda é o masoquista
Ciúme desses poemas que cantam
Dos teus amores, perdas e conquistas;
Irracionais, os despeitos me inflamam,
Ao ler esses versos apologistas
De uns desejos que por mim não chamam!