INTERIORIDADE


Havia em mim um vate que sonhava,
e que sonhava muito mais que eu.
Que muito mais que eu o amor amava
pelos versos de amor que concebeu.

Porém a fonte que o alimentava
entre pedras porosas se perdeu.
Dos horizontes nada lhe acenava...
Havia em mim um vate que morreu.

Havia em mim um trêfego menino
que seguiu meu destino, que cresceu
e cresceria mais, eu imagino.

Mas o menino amou bem mais que eu
e mais que eu foi dor e desatino...
Havia em mim um nino que morreu.

Odir, de passagem