Soneto VI
Quando o estagnar é revolução
Quando a cruz imperfeita o humano
Quando a poeira é que enodoa o pano
Livra-se do sim, no inexistir do não
Quando o niilismo torna-se capital
Quando a noite não precede o dia
Quando indistinguem-se dor e agonia
Livra-se do bem, no inexistir do mal
Quando n’alma resume-se existência
E por si mesma a natureza é combatida
Sente-se latejar, arder, na dormência
O fluido pela qual se faz nascida
Quando o perfeito mata-se em demência
Livra-se da morte, no inexistir da vida