Testamento

Se a vista cerra, cega, para sempre

E a dor plangente pulsa em suas veias

E se os seus olhos n’água se desabotoam

Não deixo nada para me valer

Não sobram contos de um verão mui quente

Não restam mágoas para perdoar

Não corri riscos, não desbravei matas

Nem inimigos tive para odiar

Não há dinheiro, não há mesmo cofre

Não há matéria, nem há energia

Que provem ao mundo que um dia vivi

Não ficou nada dos meus gestos nobres

Mas deixo apenas minha poesia,

Minhas palavras de amor para ti

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 08/02/2009
Código do texto: T1428571