Eu sou o absoluto do nada
Sou caminho que não direciona nada
Sou gota d'água no mar da vida
S ou grão de mostarda na esperança de vir a ser.

Árvore que os pássaros abriga
Sombra para o homem refrescar a fadiga
As mãos que ajudem na caminhada
Buscando a direção acertada.


Sou gente, sou pessoa
Não atoa, pois quero ser boa
Buscando o canto que entoa

A canção que trás a emoção
Para dentro do coração
Ser eu, ser pura doação;

COM CARINHO
ANGELICA GOUVEA


L-indo soneto e muito
I-nteligente por sinal
N-obres pensamentos
D-e alguem que tem como
O-bjetivo um grande ideal.

Parabens!!!
Enviado por
Nathanpoeta em 06/02/2009 11:56
para o texto:
O QUE EU SOU? (T1424883

Obrigada Natanael pela bela palavras.

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O inacabado que há em mim




Sou como o rio em processo de vir a ser


Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina.

Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo.

O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.

Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.

Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil.

Melhor mesmo é continuar na esperança confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão. Eu sou inacabado. Preciso continuar.

Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim.

Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim.

Sem culpas.

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Padre Fábio de Melo

Padre Fábio de Melo é professor no curso de teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa "Direção espiritual" na TV Canção Nova

ANGELICA GOUVEA
Enviado por ANGELICA GOUVEA em 06/02/2009
Reeditado em 06/02/2009
Código do texto: T1424883
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