ENTRE O REAL E O IMAGINÁRIO
Perdido entre o real e o imaginário,
eu vivo o sonho tão intensamente,
que me sinto dos sonhos donatário
e os faço vulto aparentando gente.
Conviventes do espaço solitário
nos terraços febris da minha mente,
compõem os meus sonhos o cenário
do meu verso, de amor sempre carente.
Com você sonhei tanto que, suponho,
por ser sonho demais, o vulto crido
para a vida real se fez tardonho.
Agora mesmo eu penso no esquecido
desse febril e extravagante sonho
inconsistente, só por mim vivido.
Odir, de passagem