LOBA


A fome de tu’alma a mim se achega
e me desperta uma avidez tão forte,
como se fora uma odisséia grega,
um drama passional de vida e morte.

A minh’alma à tu’alma se aconchega
em sonho que o real jamais aborte.
Um homem alma, a alma de uma pega
famintos no desejo que os conforte.

Somos dois a sonhar sonhos transversos,
a penar pensamentos de prazeres
manuscritos nos sonhos mais diversos.

Enquanto não prescrevem os poderes
dos sonhos meus, libertem os meus versos
essa loba engessada em teus quereres.

Odir, de passagem