MEDO
(Um poema quase soneto)
Sinto medo aqui sozinha
e me deixo infantilmente.
Dores e o daqui pra frente
quase um pânico enrustido.
Me forço a ficar animada
mas o temor é mais forte.
Sou noturna em mim largada
agoniante nas sombras.
Ó força maior, me livre
deste estado angustiado
não quero ver meu estar
assim tão desamparado.
A fé que tanto cultuo
fraqueja dia após dia
torpe luta e eu vazia.
meu eu e o meu contrário
na madrugada abraçados
e os egos destroçados.
Vera Sarres