Com a palavra, o coração! I - II
Com a palavra, o coração!
Tere Penhabe
I
Estás de mim tão perto e tão distante...
E essa verdade insana, desmascara,
Uma ilusão qualquer, insinuante,
Que no passado ela nos foi tão cara.
Viver pode tornar-se torturante!
E entre mil seres nunca se compara,
A dor, por mais que seja semelhante,
Quem a suporta diz ser a mais rara.
Nesses momentos, quase sempre em vão,
Nós insultamos nosso coração:
- Dize-me, oh bruto, quem de nós errou?
Sem nem fingir pesar ele retruca:
- Que presa fácil és dessa arapuca!
Vives pagando o que outro ser levou...
II
E ainda perguntas quem de nós errou?
Prestarei contas sem nem hesitar:
- É mais um sonho que te abandonou!
Mas não a mim, que não vivo a sonhar.
Todas as vezes que o amor te abraçou,
Eu sempre soube o que ia resultar,
Mas eu confesso que já me cansou,
Ter sempre que apanhar no teu lugar.
Sei que não te apeteces ser assim:
- Ingênua, boba, sonsa e confiante,
No amor, esse cigano esperto e errante.
Aprende, pois, nem que seja por mim:
- Cobertos de razão, somos fracassos,
Porém, sem ela, somos dois palhaços.
Santos, 01/02/2009
www.amoremversoeprosa.com
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