POETA

Um poeta é uma sombra do existir

O que do algo guardado não se viu,

É o dileto estado de não partir.

Se fica ou vai, ele não decidiu!

O choro do poeta é lânguida incerteza

Do sorriso ou da lágrima que não sai,

Seu riso dissimulado de surpresa

Não traspassa o vazio que se esvai.

O poeta é um estar em sintonia

Com íntima existência que poucos sabem...

É estar em si, só, vaguidão.

Ele é só riso plácido na aparência.

Dentro tem uma tristeza eclipsada

Por um sol invadido de solidão.