ME CHAMAS DE MENINO...
Que ironia tu me chamares de menino
quando meus cabelos já branqueiam como neve,
quando meus dedos já crispados, num vacilo
tremem quando uma poesia escreve.
Que ironia chamar-me assim, menina,
quando te negas a beijar-me a boca
e fazes com que eu cumpra minha sina
de pagar com essa agonia louca.
Passarão mil anos, vidas e vidas,
mas lembranças não serão perdidas,
beijos inda estarão molhados.
Serei menino, quando num abraço terno
fores paraíso deste meu inferno
e permitires meus desejos saciados.
( Brincadeirinha de poeta para alguém
que conheci fazem 42 anos )