PORTA ABERTA

Abro a porta e entra a saudade

trazendo-me perfumoso buquê

de marias-sem-vergonha; quem vê

logo lança um sorriso de maldade!

Saudade eu tenho de quê?

Dos meus tempos de menino na cidade

pequenina? O doce de batata, o levíssimo purê

com carne assada da mamâe-felicidade?

Chega-me a saudade sem queixume

e me abraça, olhos d'água ao pé do lume;

fazemos festa do passado; um repasto!

Engasgo-me de noite; a língua da alvorada

vem lambendo minha poesia mal rimada

e saudade já vai longe. Sem um rasto!

Chaplin
Enviado por Chaplin em 30/01/2009
Código do texto: T1412895
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.