OCULTAmente (O ANTES)

 
Eu não revelo essa ternura insuspeita
Ou o quanto tal ânimo a mim amedronta
Escudo-me nas palavras de dura afronta
Por existir em teu coração outra eleita!
 
Sonhava, somente, ser enfim aceita
Sendo o escárnio, da lança, a fria ponta
Dizimando a fantasia que desponta
Semelhante bolha na pressão desfeita!
 
Em atitudes, evidencio-me imperfeita
Da branca lua sou o lado mais obscuro!
De desejo inocente e também, impuro
 
Ressurjo dos tropeços, quase, refeita!
E ao desamor exorcizo na seita
Aonde as forças da remissão, conjuro!