Soneto – Por baixo dos panos
Grandíloquo, avaliar-se pelos panos,
Foi assim e assim seja aqui na terra;
Ramsés II, no Egito a Maximiniano
A seda, o puro linho, as lãs da serra...
O tecido simula a beleza da pantera,
Cores chinesas, bordados indianos,
Descobertas, domínios, estratosfera...
Homens ainda julgados pelos panos
Nem Jesus fora poupado destes testes,
Rasgaram-lhes seu panos... Malvadeza!
Não distinguiram o mestre dos mestres
Bons panos, sinal de poder e riqueza,
Cada qual é conceituado pelas vestes,
Desde ao nascer até a lápide da frieza.