Soneto – Por baixo dos panos

Grandíloquo, avaliar-se pelos panos,

Foi assim e assim seja aqui na terra;

Ramsés II, no Egito a Maximiniano

A seda, o puro linho, as lãs da serra...

O tecido simula a beleza da pantera,

Cores chinesas, bordados indianos,

Descobertas, domínios, estratosfera...

Homens ainda julgados pelos panos

Nem Jesus fora poupado destes testes,

Rasgaram-lhes seu panos... Malvadeza!

Não distinguiram o mestre dos mestres

Bons panos, sinal de poder e riqueza,

Cada qual é conceituado pelas vestes,

Desde ao nascer até a lápide da frieza.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 29/01/2009
Reeditado em 06/07/2022
Código do texto: T1411143
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