TEMPO AO TEMPO

Dei tempo ao tempo, amiga, só por teimosia,

para iludir-me que foi chá de esquecimento...

À distância, porém, de tanto que eu te ouvia,

menos tu desertavas do meu pensamento.

De volta, após um lapso, às lides da poesia,

eis que, de lira à mão, e não sem sofrimento,

ouso, por ti, de novo, içar-me à fantasia

e partilhar do sol do teu contentamento.

Mas me fui no convés daquela nave tua,

por mim chamada a barca da tua amizade.

Na ausência, fui além do mar, até saudade...

Olha, nada melhor que esta verdade crua:

sem ti, eu ando em vão e tu, por paralelas.

Agora, nos acharmos... é que são aquelas!

(Janeiro de 1989)

Fort., 28/01/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 28/01/2009
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