Soneto das Águas Correntes

Avistei o rio que me levou você,

Límpido, mas insensível ao meu amor.

Corria sereno; eu, ali, chorava em flor;

Um pingo de moça que não se vê.

Rio que a tantos arrasta como bem quer,

Um desenrolar de contos enluarados;

Levou-me você com braços armados.

Eu – soledade - invisível mulher.

Lágrima – pingente flor – correnteza,

Sou aquela que observa, chorando, o rio;

Rezando calma, buscando leveza.

Sendo flor enraizada me liberto;

Da fatalidade busco um desvio;

Mergulho a procurá-lo em mar aberto.

LLP
Enviado por LLP em 28/01/2009
Reeditado em 28/01/2009
Código do texto: T1408262
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