PRECE

PRECE

Ana Marly de Olivieira Jacobino

Na pia batismal, sente a dor,

urra na esperança de ser ouvido,

na eternidade, para ser parido

das mãos férreas do escultor.

Sofre desgraçado em seu clamor,

arranca do corpo apodrecido,

sem preocupar com o proibido

os órgãos, ainda, sãos do doador,

No leito murmura embriagado,

chora o sonho não consumado,

no corpo esquálido e vencido!

No ocaso da vida jaz ferido,

sem a esperança de ser ungido,

em súplicas, morre ajoelhado!

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Saiba +:

Edgar Allan Poe nasceu em Boston, no dia 19 de Janeiro de 1809. Seu avô David Poe participou da Guerra da Independência, e seu pai (também chamado David Poe) apaixonou-se pela atriz inglesa Elisabeth Arnold, casando-se com ela. Edgar Allan Poe teve dois irmãos e seus pais faleceram pouco tempo depois do nascimento de Rosalie, a filha mais nova do casal. Porém, não ficaram desamparados e foram adotados pelo rico casal John Allan e Frances Keeling Allan. (comemora-se 200 anos do seu nascimento).

Poe escreveu novelas, contos e poemas, exercendo larga influência em autores fundamentais como Baudelaire, Maupassant e Dostoievski. Mas admite-se que seu maior talento era em escrever contos. Escreveu contos de horror ou "gótico" e contos analíticos, policiais. Os contos de horror apresentam invariavelmente personagens doentias, obsessivas, fascinadas pela morte, vocacionadas para o crime, dominadas por maldições hereditárias, seres que oscilam entre a lucidez e a loucura, vivendo numa espécie de transe, como espectros assustadores de um terrível pesadelo (...)