Soneto do Amanhã
Nunca esquecida, de quem só conheço
Bela imagem, o nome e letras fortes:
Disso, meu coração paga alto preço
E minha ilusão já sofreu mil mortes!
Desconhecida, por quem me amanheço,
Marcando em ti meu poético Norte:
Os tantos versos que em teu nome teço,
Não me dão alento que me conforte!
Correm os poemas para tua lembrança
Assim como o rio para o mar corre,
Inda que fraco o vento da esperança;
Que o meu amanhã te traga, me ocorre
Sonhar, enquanto o hoje não te alcança,
Porque, afinal, o amanhã nunca morre!