SONETO DOS SONHOS QUE SE VÃO

Quantas vezes no tempo de criança

Eu sonhei ser famoso e muito rico,

Mas o tempo passou e agora eu fico

Vendo ir-se do peito a esperança.

Hoje eu sei não serei um jogador,

Pois já acho difícil até andar

E a voz rouca impedindo-me de falar

Já me frustra os sonhos de cantor.

Um galã de novelas não serei,

Pois o rosto de jovem se enrugou

E o futuro tão próspero que esperei

De tão pouco ficou em quase nada.

E dos sonhos que tive apenas sou

Um velhinho que agrada a garotada.

Ismael Gaião da Costa - 31/08/1993