Soneto nº2 – MATA NORTE, BRAÇO FORTE.
A minha rima é tramada na rede,
Tal qual o massapê acolhe a cana;
Na varanda do verso eu mato a sede
Sorvendo o caldo da lira caiana.
No meu interior não tem parede,
Meu coração não fora demarcado,
Eu sou o que escrevo (olha e vede)
D’um povo tão sofrido e humilhado.
O dia inteiro em um canavial;
sou a falta de tempo pra escola,
mas não queira julgar meu cabedal!
Sou cortador de cana, altaneiro,
Na ciranda fazendo cantarola
Da astúcia do caboclo guerreiro!