Múmia
Deslizam as ondas no tapete do mar
Correm pressurosas à procura da areia
Antes que regresse apressada, a maré-cheia
Afoita e impaciente por tudo abraçar.
Dança da natureza em que perde o olhar
Despojada de sentimentos ou ideias
Pondo de lado imagens absurdas, feias
Como as do corpo, que quer, e não pode amar.
Vai mordendo a língua ao desejo que a consome
Enfaixa a sua libido, dela faz uma múmia
Amordaça o estômago, desta sua fome.
Agora, também ela se transforma em múmia
Dona de um corpo frio, onde o desejo dorme.
Sonhando com outra vida, a esta?! Resume-a!