NOX

Ó noite meu corpo te faz uma oferenda!

Hoje tão cansado, tão cansado da luz,

Tão farto de ilusão, farto destas contendas,

Quer tua graça - esta escuridão que reluz!

Estes olhos viram as desgraças tremendas-

Dor, Miséria, Pecado e Peleja atroz-

Por livros, sonhos, vidas, por dias e por lendas-

Negro letes de ossos que não se sabe a foz

Ofereço-te, em titânico desespero,

Esta oferenda ante teus sombrios portais.

Quero tua escuridão, teu vazio por inteiro!

Quero os mistérios deste califado teu;

Quiçá teu falerno, teus salões de cristais.

Noite! Toma esta alma que já morreu!

Daniel Torres Teixeira
Enviado por Daniel Torres Teixeira em 24/01/2009
Código do texto: T1402469
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.