Passado Teu Persegue

Concordo quando dizes bem de manso

Que o que passa, não fica, não acompanha

Os versos que a ti faço, e minh'alma assanha

Se irado fico, e não mais descanso.

Suplício do qual eu não mais alcanço

Saída pra não tê-lo, perdi a manha...

Me confundo qual patas mil de aranha

Que desliza em meu peito num balanço...

E fico assim, alfito, e não mais sei

Agir de modo que seja eu o rei

Altivo, e desfaça o mais difícil:

Sendo o alvo mais nervoso e visado,

Não me entrego, posto que, em teu cuidado,

Creio eu desviar do antigo míssil!

Preto
Enviado por Preto em 22/01/2009
Código do texto: T1399393
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