Resposta ao mote do dia 21/01/2009

Soneto Confidencial

Escrevo sempre muitas breves cartas
Endereçadas todas a mim mesmo
palavras tortas, belas, poucas fartas
e tantas vezes tudo escrito a esmo.

Defloro-me em cada linha que escrevo
busco bem fundo o que tenho em minh'alma
cada nuance relance ou relevo
todo motivo de raiva ou de calma.

Todo peso que às palavras se atrelam
levam consigo um pouquinho dos medos
quando irrompem do meu peito em catarse

quando muitos tendem a revelar-se,
eu, ao contrário, escondo segredos
em meus poemas que nada revelam.