Das contradições típicas

Ai de mim que pergunto a mim que tanto

Faz a feia coruja da Razão,

A ensangüentar-me o que há no peito ...em vão:

Renda-se à noite que arde por meu canto

Na cor rubra da face que pranteia

Só febre de amor e asa incandescente!

Renda-se à chama, incrédula coruja!

A mente de quem muito pensa é suja!

E quem vive, se não vive o que sente?

(Pra todo o sempre?) Mar e lua cheia!

Mas se me aluga a mente ave tão nobre,

Que há no peito que sangra e não rebate?

Será um velho de guerra (sem combate)?

E assim, um negro lobo se descobre.

Teresina, 15 de Janeiro de 2009