Insano
Insone, insone... Insonia! Quebrem esta redoma
Espedacem, espatifem, esta parede que encarcera
Esta força que me mantém em um lúcido coma
Dia e noite, acordado, apartado da onírica esfera
De dia, queima-me a mente como uma chama
Insonia... Crepitante, sonora e bruta fera
De noite, no colchão de brasas de minha cama
Minha psique distorcida lentamente se incinera
Não suportarei mais esta eterna angústia
Solitário, vivendo trancado em uma cela
Sairei à rua, nu e amarei uma vadia,
romperei o silencio santo de uma capela
E regado com o sacro vinho da eucaristia
Jantarei meu encéfalo à luz de vela