Insano

Insone, insone... Insonia! Quebrem esta redoma

Espedacem, espatifem, esta parede que encarcera

Esta força que me mantém em um lúcido coma

Dia e noite, acordado, apartado da onírica esfera

De dia, queima-me a mente como uma chama

Insonia... Crepitante, sonora e bruta fera

De noite, no colchão de brasas de minha cama

Minha psique distorcida lentamente se incinera

Não suportarei mais esta eterna angústia

Solitário, vivendo trancado em uma cela

Sairei à rua, nu e amarei uma vadia,

romperei o silencio santo de uma capela

E regado com o sacro vinho da eucaristia

Jantarei meu encéfalo à luz de vela

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 21/01/2009
Código do texto: T1395988
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