QUANDO TUDO SÃO FLORES
O sol já se espreguiça entre um e outro bocejo;
A noite no horizonte colhe os cobertores;
O sono me fugiu... levanto, saio e vejo
No quadro da manhã, os primeiros albores.
Dos pássaros contemplo as primícias do adejo,
Da pequenina abelha o sugar dos sabores.
Que esplendoroso e belo dia eu antevejo!
Que lindos raios suaves despertando as cores!
Da relva mais rasteira, à mata virgem, tudo
Se descobre do manto negro de veludo
Para mostrar da cor todos os esplendores.
É assim também quem ama – a alma se ilumina!
Basta nascer o amor – que deslumbra e fascina –
Para que tudo em volta, tudo, sejam flores.