QUANDO TUDO SÃO FLORES

O sol já se espreguiça entre um e outro bocejo;

A noite no horizonte colhe os cobertores;

O sono me fugiu... levanto, saio e vejo

No quadro da manhã, os primeiros albores.

Dos pássaros contemplo as primícias do adejo,

Da pequenina abelha o sugar dos sabores.

Que esplendoroso e belo dia eu antevejo!

Que lindos raios suaves despertando as cores!

Da relva mais rasteira, à mata virgem, tudo

Se descobre do manto negro de veludo

Para mostrar da cor todos os esplendores.

É assim também quem ama – a alma se ilumina!

Basta nascer o amor – que deslumbra e fascina –

Para que tudo em volta, tudo, sejam flores.

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 15/04/2006
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