A LUA E O SOL
A LUA E O SOL
(Alexandrino)
Serpenteia-se pelo céu azul a lua
Clara toda iluminada pelo rei sol.
Nunca lhe doura a pele pelo imenso farol,
Não deixa marcas no corpo, sempre está nua.
Namoro platônico trata como sua
Em milênios sem conta, incessante arrebol.
Orbitando deixam rastro de um caracol
Como brincadeira de moleques de rua.
A corte é constante, mas o olho não vê,
A dança dura por toda uma eternidade,
Sem explicar qual o motivo nem o porque.
O espetáculo é a única necessidade,
Mesmo em noite clara, mesmo em noite fumê...
...Quem observa não morre, vive em saudade.
Goiânia, 26 de fevereiro de 2005.