GAIVOTAS
As gaivotas que voam no meu céu
enquanto desce a tarde, vagarosa,
asas de sonho, penas de esperança,
têm a imagem da fé que tudo vence.
Quero que longa seja a tarde e more
a cair no poente, que as gaivotas,
quando é noite, recolhem-se no alpendre,
porque nas trevas só morcegos voam.
Durai, minhas gaivotas, mais um tempo,
nesse vôo de tardinha lenta e mansa,
mantendo-me a ilusão indefinida.
Quando deixardes de voar, por certo,
a tristeza me invade o coração,
mata o sonho e a esperança, a própria fé.
Em 14-08-91
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