OBSESSOR (Alexandrino)
OBSESSOR
(Alexandrino)
Há quanto tempo ele me persegue de perto,
Fazendo em na gente uma bagunça danada.
Porque não sei entre nós quem é que está certo,
Perturbando a todo o momento a minha amada.
Eu tenho vontade de esgana-lo, coitado,
Mas sempre ao vê-la recaída, fico incerto,
Quando diz ainda que por ela sou amado,
Assim, assim deixa meu coração aberto.
Silêncio não gosto de lhe ouvir a fala,
Quando me dirige aquela palavra rude.
Então humilde minha alma ouve tudo e cala.
Implora pedindo me a paz, mas quer que eu mude,
Ingrata, diz que não abandona o velho “mala”,
Amor confesso-lhe fiz tudo mas não pude.
Goiânia, 05 de abril de 2004.