NECA (Alexandrino)

NECA

(ALEXANDRINO)

Lembro-me levantei ereto nos dois pés,

Dentro na imensidão do quarto de dormir.

Não sei se andava de frente ou de viés,

E nem sabia se eu estava vindo ou a ir.

O tropeço maquinal do hoje, do amanhã,

Saúde comprometida com o meu nada.

Percebendo vejo a vida um novelo de lã,

Emaranhado por uma bruxa ou fada.

A dor faz a minha cabeça enorme e grande,

Reduzindo o cômodo: “-Casa de boneca”,

Ai fica pequeno por bem mais que se ande.

Aumenta ainda mais a lembrar da “Neca”,

Doçura que aqui dentro da gente se esconde,

Princesa primeira no altar da minha Meca.

Goiânia, 05 de abril de 2001.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 19/01/2009
Código do texto: T1392529
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