AO AMOR PERFEITO

As madrugadas refugiam em seu degredo o meu estado

A dor hostil de ser humano que de minh’alma escarnece

A vilania que me aprisiona quando o erro acontece

Debruçado sob as horas silenciosas de meu pecado

Vem a morte ninar meu corpo, o coração e os sentidos

Cantarola versos suaves adormecendo minha razão

De uma vida exilada entre o dizer sim ou dizer não

Decaida ao triste leito de meus temores esquecidos

E o destino que me resta na estrada da vida inteira

Refaz a fé de crer no fim que me encerre esta dor

Um caminho que não seja como a morte, derradeira

Quando a alma chora aos pés de seu Espírito um clamor

Há esperança de encontrar uma existência verdadeira

Que me preserve escondido entre meu Deus e seu amor!