Do pó ao pó
Do pó viemos e haveremos de voltar, porque na essência somos todos sempre iguais.
Se Deus nos molda como um barro singular
é a mesma argila que nos faz sermos mortais.
É uma ilusão que alimentamos por pensar
que cada um possua dons especiais.
É bem verdade, cada um tem seu lugar,
que se, hoje, é seu, num amanhã não será mais.
E se ficamos na soberba a ruminar,
esse prazer é uma alegria bem fugaz.
Nos endeusamos e subimos num altar
que vai ao chão tão logo a morte venha atrás.
Perante Deus, que vida veio a nos soprar,
seremos pó, somente pó e nada mais.