Soneto

Se ninguém te escuta o ruflar das folhas(:

Tambores do peito, asas de anjo ou grifo),

Seja de águia o verso filhote sempre,

E uma flor o ouvido (à espera do orvalho)!

Que o cheiro das cartas te lembre orquídeas

Que eu poria em teus fios de lira humilde!

E o sabor das lágrimas nelas seja

A ti, um mar ...às pálpebras que se fecham

Pra te ver no escuro (de um sonho aceso)!

As mãos, que mal sabem se fechar, se abrem

E saem dos frios bolsos meus co'as pedras

Que eu trouxe da Infância pra fazer rastros

Na íris, porque o meu tempo, a teu lado,

É um instante co'a grandeza de Séculos!

a 10 de Janeiro de 2009