Morangos

Hoje eu queria, mesmo que sem jeito,

Segurar a vida, pelo cabresto,

E repousar meu cansaço no peito

De alguém que eu tenha amado demais.

Quem sabe, então, eu conseguiria,

Em longas noites de calmaria,

Sentir o cheiro doce dos morangos

Aprisionando os meus “Até quando?”

Apagariam-se erros cometidos,

Os riscos, ferozmente, vividos,

E os tristes segredos que descobri.

Ao fim, soltaria a vida e seu cabresto,

Retornaria, descansada, do peito

De alguém que eu tenha amado demais.

Morangos...Ah, morangos!...

Salve-me desta louca vida minha

Que por ser insensata, me castiga

Lembrando-me que, de tudo, nada é meu.

Morangos...Que cheiro doce!...

Li Vaz
Enviado por Li Vaz em 17/01/2009
Reeditado em 19/01/2009
Código do texto: T1389426
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