UTOPIA
Assim como se planta árvore frutífera,
Eu queria plantar um pé de poesia,
Tão resistente à arma bélica e mortífera,
Que crescesse robusto e frutos desse um dia.
Cuja semente pura fosse tão prolífera
Que pudesse arrancar a ira e a felonia
D’alma e torna-la então tão bela quanto aurífera,
Inundando-a de versos e de melodia.
Mas que fosse de amor e paz todo meu verso,
Isento da mordaz perfídia e do satírico,
Que fosse cristalino e puro e “régio e terso...”
Que em lugar de sanções, de ódios e de guerra,
O meu verso de paz e amor – sonoro e lírico –
Ouvisse-se cantar pelos cantos da Terra.