UTOPIA

Assim como se planta árvore frutífera,

Eu queria plantar um pé de poesia,

Tão resistente à arma bélica e mortífera,

Que crescesse robusto e frutos desse um dia.

Cuja semente pura fosse tão prolífera

Que pudesse arrancar a ira e a felonia

D’alma e torna-la então tão bela quanto aurífera,

Inundando-a de versos e de melodia.

Mas que fosse de amor e paz todo meu verso,

Isento da mordaz perfídia e do satírico,

Que fosse cristalino e puro e “régio e terso...”

Que em lugar de sanções, de ódios e de guerra,

O meu verso de paz e amor – sonoro e lírico –

Ouvisse-se cantar pelos cantos da Terra.

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 14/04/2006
Código do texto: T138907