Tão ausente do bem

Nesta tão cansada vida minha

Que não consente nunca um brando estado,

Vi dum peito eternamente magoado

Ir-se as esperanças que me mantinha!

E já, de esperanças desesperado,

Juntando um mal com outro que tinha,

Perdi as contas de tudo que me vinha

Danar, que assim me fora destinado!

(E ai de mim!) se me consente

Durar tanto a vida nestes ermos,

Pois me convém ficar do bem tão ausente!

Mas; enfim, não perde quem nada tinha.

E nestes infatigáveis termos

Vivo esta interminável vida minha.

Alssyno Dantas
Enviado por Alssyno Dantas em 16/01/2009
Código do texto: T1387693
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